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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Crônica: Jornal, frutas, carro

Ele era considerado o mais esforçado no trabalho, o mais importante nas manchetes administrativas, o mais cogitado nas revistas, o mais, o mais, o mais... porém, o menos interessante.
Sua vida era marcada pelo esforço e pelo trabalho; isso poderia ser bom, mas quando uma pessoa é somente assim, ela se torna previsível... fácil... sem sequer um toque de mistério. E quem é que gosta disso?
Fillip era alguém com essas tantas qualidades, mas isso o fazia ter com um grande defeito; qual seria este? Simples, ele era uma máquina. Uma maquina feita apenas para ser o melhor em tudo, mas não era o melhor para si mesmo. Porém, quem é que se importava com isto? Uma maquina perfeita! Uma maquina perfeita para todos! E ele não se importava com ele... apenas com aqueles “todos”; afinal, eram estes todos que o davam a grande quantidade de dinheiro que possuía. Mas, o que uma maquina faz com tanto dinheiro?
Logicamente comprará mais maquinas, é natural; uma maquina adora ter pessoas... digo, “coisas” que a entendam. E quem entenderia melhor Fillip, do que tantas outras maquinas? Quem precisava de esposa? Elas apenas gastam; quem precisa de filhos, eles querem atenção; e essa atenção ele não tinha, pois toda a sua atenção era para o trabalho; para o jornal! A maquina que faz as pessoas ficarem por dentro de tudo!
Magnífico, não? Não... não para ela; Hellena. Uma ex-executiva que havia perdido todo o seu dinheiro para aquele jornal; ela era uma grande, uma grande mulher; mas com falsas acusações, a colocaram na sarjeta. Tinha dinheiro suficiente para pegar ônibus e trabalhar do outro lado da cidade; de domestica. Um trabalho não digno? Pelo contrário, um trabalho mais que digno; muito mais digno do que aquele jornal. Ela o lia, pois sua patroa assinava, e ela, na surdina, lia no dia seguinte, antes de coloca-lo no lixão. Odiava o escritor da coluna administrativa; foi ele que a colocara no chão, nas ruínas. Não que não gostasse de quem era agora, ao contrário, adorava; se sentia tão mais livre; porém, ela havia pego um ódio daquele homem, por tê-la chamado de ladra... ladra... Hellena nunca foi ladra... nunca.
Um dia, voltando do trabalho, foi quase atropelada; suas compras caíram no chão; as compras do mês... as frutas... o frango... a carne... tudo no chão; como compraria novamente?
Ele parou o carro, saiu do mesmo e foi ver se havia machucado-a. Tentando recolher as coisas do chão, ao levantar sua cabeça, deu-se de topo com um sorriso... que belo sorriso; olhou sua face, não era bonita nem feia. Aquele belo sorriso foi substituído por um agradecimento. Retribuiu sorrindo igualmente. Ofereceu-se para levá-la até em casa. A moça aceitou; no caminho ele notou que ela era muito culta. Não trocaram se quer seus nomes; porém, ao chegar, ela o convidou para um café.
Já estava de noite, eles conversavam sobre livros e filmes clássicos; sabiam seus nomes, isso era um avanço. Ela sabia que ele era uma maquina, havia notado desde o primeiro instante. Ele sabia que ela era inteligente... apenas isso; não o importava mais nada.
Despediram-se; viram-se no dia seguinte; e no outro dia... e no outro... e no outro... até que não se viram mais.
Mas por quê? Eles se entendiam...!
Ele havia se apaixonado por ela; Hellena era tão doce e meiga... era o que ele precisava! Alguém que o entendesse, e que também o fizesse rir!Porém, se acham que Hellena se afastou dele por descobrir que ele era aquele tal jornalista que a arruinou, estão errados. Ela talvez um dia descobrisse; porém, se afastou dele porque ela o fazia rir... ela o fazia feliz... mas ele nunca fazia nada por ela... nada... além de fazer o que as maquinas fazem... responder a ações programadas.
Por - Shay

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Casamento vs. Amizade

Simples? Complexo? O que seria esta rivalidade entre o casamento e a amizade?
É algo muito simples de ser explicado (ou talvez não), quando você se casa parece que você está completamente vinculada à aquela pessoa; e por mais que você tente, você acaba se distanciando das amizades. Afinal, baladas de sábado a noite passam a ser deixas para trás (pelo menos muitas delas), pois você quer passar o fim de semana a noite com seu marido/esposa.
Para os homens isso não é muito problema, pois homem nunca se distancia com dos amigos (impressionante), sempre se encontram depois do trabalho, ou fazem reunião em casa, ou passam a tarde toda no vídeo-game. Já as mulheres, não; as mulheres realmente se distanciam, e é preciso uma boa cabeça e amigos de verdade para não ser um distanciamento drástico e fatal para a amizade (afinal, amizade que é amizade, nunca é perdida).
Eu costumo pensar que amor é muitas vezes passageiro, mas a amizade é pra sempre; e é por isso que eu mantenho em minha cabeça nunca me distanciar dos meus amigos; pelo menos não de uma forma ruim, afinal, ninguém vive de amizade, precisamos de romance também, certo?
Temos que achar um jeito de ao mesmo tempo dar atenção ao companheiro(a) e aos amigos; dando uma atenção homogênea para ambos, ou pelo menos quase.O que quero mostrar com esse enorme texto é que não vivemos sem um nem outro; afinal, ninguém nasceu pra viver sozinho, tanto em amizade, quanto em amor.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Filhos, por que tê-los? E por que não tê-los?

Mantenho em minha cabeça apenas ter filhos depois dos 35, pois assim terei curtido minha vida intensamente; porém, isso significa que quando tiver filhos eu deixarei de curtir a minha tão amada vida? Virarei uma mulher que em sua mente pensa 24 horas em uma criança; colocando-a acima de tudo... em cima de mim?
É realmente algo muito complicado; eu terei curtido intensamente, mas e depois? Eu terei que me saciar apenas com as lembranças dos meus “dias de glória”? E o que seriam “dias de glória”?
Muitos que me conhecem irão, acho, se espantar com este texto; esta minha insegurança precoce. Mas é a realidade; eu quero ser independente financeiramente; sair quando, onde e com quem eu bem entender; escolher se eu vou ou não avisar o que eu estou fazendo ou onde eu estou.
Porém, tudo isso, quando se tem filhos, é algo que você deixa em segundo plano; afinal, nada vem acima de seus filhos. Aí vocês me dizem “Ah! Qual é! Você pode ter tudo isso mesmo tendo filhos”, e, eu, ao mesmo tempo em que concordo, eu discordo. Por quê? Simples, eu não quero ser uma “mãe” para os meus filhos, e sim uma “mãe-amiga”. É nesta hora que você tem que perceber até onde você pode ir; porque agora uma outra vida, completamente indefesa, depende de você.
Mas muitas mulheres não pensam assim; vemos garotas e garotos de 13 ou 14 anos já sendo pais; e aí vemos pobres crianças, sem futuro algum; futuros traficantes ou drogados. Se não quer filhos, ou melhor, se não tem condição de cuidar, para que tê-los? Não, não digo em aborto, longe de mim, sou totalmente contra, mas quero dizer que há mil e uma opções de prevenção; e a famosa “camisinha masculina” é a mais comum, fácil, pratica e gratuita (em postos de saúde); então, se há mil e uma opções, para quê colocar um simples momento, na frente da sua vida toda? Ou melhor, na frente da sua vida e a de outra criança.
Filhos é um assunto delicado, e uma garota como eu, de 15 anos, não sabe nem um centésimo sobre esse assunto; porém, ao mesmo tempo eu sei que, filhos é responsabilidade e maturidade; e isso não se ganha com idade e muito menos com a cabeça debaixo.